segunda-feira, fevereiro 20, 2006
BIA
BIA
O nome lhe ficou daquilo que é: Bia.
Travessura e sensualidade, inconstância e medo.
Rancor e raiva, fêmea sob todos os prismas de ser.
Travesti da vida, mulher-animal com garras doces de sonho.
Amei-a mal os nossos olhos se cruzaram: a insegurança dos meus; o ímpeto incandescente dos dela, de um verde intensamente felino e vadio, as sardas ressaltando sob uns caracóis arruivados.
Tinha paixão por gatos em estado semi selvagem e vagueava pela Ribeira em busca deles e doutros homens igualmente felinos, igualmente selvagens e vadios, sedentos da carícia das suas mãos, estrangeiros de mochila e gangas coçadas, inter-rail e passaporte alcantilados em t-shirts encardidas por noites mal dormidas a bordo dos comboios.
As primeiras paixões viveu-as assim breves, efémeras num minuto, entre uma partida e uma chegada. Peles nórdicas, virgens.
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