quinta-feira, janeiro 18, 2007

Fundação


O telhado da casa
Mantém-se intacto
Como se cada pedra rolada
Não o tivesse abalado
Ou estivesse fundeado
Na cave

Como navio ancorado
Assim me mantenho
Erecta na vida
Como se cada sonho desfeito
Estivesse ainda preso
Da minha vontade

Barco


Enlouquecida
Presságios de xaile
Nas areias da praia solta
Embatem-me nos dedos
De frio transida
Choro o meu fado
Do homem que não volta
Com seus segredos
Às ondas da minha saia
Sossegar meus medos

terça-feira, janeiro 09, 2007

Saudades do Futuro


Repetidamente
Se amaram com candura
E pecado
Nos odores libertados

Os dedos dele feitos gatos
Dela fazendo a cama
Roçaram o corpo
De joelhos unidos
Irradiando desejo
Atearam a exaltação
Dos sentidos plenos
De ensaio conseguido

Miramar


Traçados os recortes
Nevoentos na sombra
Caminhantes
Bailado de formas
De sons e cheiros
De trilhos percorridos
Isentos de normas

Descanso


A minha pena
Repousa no teu corpo
-descanso das palavras
Outras linguagens
Se libertam
Na melodia dos dedos