Indecifrável
Como o mistério da esfinge
A luz irrompe da cinza
No seu ímpeto fosforescente
Ao incauto viajante
Assim surjo no caminho
Tantas vezes trilhado
Na ilusão do instante
segunda-feira, dezembro 25, 2006
A Idade dos Porquês
Porque se penetra o desejo?
A indócil
Nitidez da inocência
Pergunta
Imperdoável pecado original
Morde a garganta
A boca sente
reflexos de velas
Cintilam as mãos
A indócil
Nitidez da inocência
Pergunta
Imperdoável pecado original
Morde a garganta
A boca sente
reflexos de velas
Cintilam as mãos
Chocolate com cereja
Mordes
O que desejas
Na lama
Meu corpo chocolate
mon chéri
A tua cereja entra na minha boca
E dela sai
Como no meu sexo
Não ta dou
Recuso
Suplicas
No escuro
Todas as cores sabores
Odores
Subjugam
Jogos furtivos de tão lascivos
Os enredos incandescem
Na lareira da casa
Onde o contorno do homem
Retém o momento
O que desejas
Na lama
Meu corpo chocolate
mon chéri
A tua cereja entra na minha boca
E dela sai
Como no meu sexo
Não ta dou
Recuso
Suplicas
No escuro
Todas as cores sabores
Odores
Subjugam
Jogos furtivos de tão lascivos
Os enredos incandescem
Na lareira da casa
Onde o contorno do homem
Retém o momento
De manhã o amor
A manhã assombrosamente clara
A tensão
Do fogo que me percorre
Suor
Ofegante
Do corpo
Que se move
Nos ínvios caminhos
Onde o mel escorre
Antes do sémen
Olhar cúmplice
Sinais devassados
Dádiva implacável
O peso teu corpo sobre o meu
O olhar que desviante se obliqua
Língua ávida
O núcleo do silêncio
O caos de sermos
Às vezes
Sente-se morrer
O gesto
Que da pedra irrompe
A boca sustém-na e não a diz
A mulher convoca os mortos
Nas encruzilhadas
A tensão
Do fogo que me percorre
Suor
Ofegante
Do corpo
Que se move
Nos ínvios caminhos
Onde o mel escorre
Antes do sémen
Olhar cúmplice
Sinais devassados
Dádiva implacável
O peso teu corpo sobre o meu
O olhar que desviante se obliqua
Língua ávida
O núcleo do silêncio
O caos de sermos
Às vezes
Sente-se morrer
O gesto
Que da pedra irrompe
A boca sustém-na e não a diz
A mulher convoca os mortos
Nas encruzilhadas
O Poema
A impaciência serena do poema
Destino-mar
Recebe
As sílabas
Conjugam-se
Despidas
Num dilema
Lascivas
Como num leito
Perfeito
Onde só os corpos
Se alheiam
Silêncio
Intransigente
De metáforas
Só a verdade
Não contingente
Se revela
A página
É reversível
Como o prazer.
A tinta
Negra no papel
Viola a brancura
Original
Vagabundo
O ser
Feito corcel
A galope
Destino-mar
Recebe
As sílabas
Conjugam-se
Despidas
Num dilema
Lascivas
Como num leito
Perfeito
Onde só os corpos
Se alheiam
Silêncio
Intransigente
De metáforas
Só a verdade
Não contingente
Se revela
A página
É reversível
Como o prazer.
A tinta
Negra no papel
Viola a brancura
Original
Vagabundo
O ser
Feito corcel
A galope
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